Caminhada de reconhecimento dos ODS nas Águas de Porto Feliz

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A ONG Caminho das Águas aceitou um convite para participar do projeto FAÇA PARTE do NUPEX (Núcleo de Práticas Educativas e de Extensão), da Faculdade Cruzeiro do Sul, através da estudante Adriana Cristina Nickel.

Os objetivos do projeto são conhecer os impactos positivos de ações locais para a resolução das questões apontadas na Agenda 2030, norteado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, permitindo o engajamento do aluno perante sua comunidade.

O objetivo geral do NUPEX é ampliar a formação global do aluno, por meio do desenvolvimento de suas habilidades socioemocionais e de suas atuações transformadoras junto à sociedade.

Sendo um Projeto de Pesquisa e de Extensão, de caráter voluntário, a atividade tem caráter interdisciplinar acadêmico-científico, pautado sob a perspectiva multidimensional das questões humanas, de modo a potencializar a formação global do estudante.

Alguns destaques da caminhada de reconhecimento

Em uma semana que prometia um frio extremo no Estado de São Paulo, um dos integrantes da ONG acompanhou a estudante em uma caminhada de reconhecimento de um corpo hídrico, localizado no km 97 da rodovia Castelo Branco, cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo.

Estas caminhadas, onde a liberdade de caminhar e conversar sobre o ambiente e os seres humanos, são integrantes do projeto Conversando com as Águas, e visam criar reflexões sobre os Direitos das Águas de existir, manter-se, persistir e regenerar-se com respeito à sua Natureza.

A escolha do local se deu nos momentos anteriores e foi eleito um lago de significado afetivo para a Adriana e seu companheiro Marcelo Nickel. Durante a atividade pudemos observar e abordar muitos temas relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com destaque ao ODS 6, Água Potável e Saneamento.

Logo ao chegar é sensível a quantidade de garrafas de vidro e plástico, além de outros resíduos comuns em atividades de lazer na beira d´água, como churrascos e pescarias de finais de semana. O primeiro instinto, molhar as mãos nas águas, se desfaz com a quantidade de espuma que só a proximidade humana permite ver.

No diálogo, imaginando as possíveis fontes desta poluição, pudemos notar que, com o represamento simulando um lago, foi extraído do modelo (o lago) as suas matas ciliares, compostas somente com gramíneas como a braquiária. No campo de visão dos visitantes somente duas árvores, não identificadas, uma em cada margem, cujo costume é abrigar pescarias (ODS 14, Vida na Água).

No entorno de toda a área temos pequenas estradas, aparentemente ativas para meios mecanizados de transporte, e uma plantação monocultural de amendoim em crescimento. Nesta observação podemos imaginar os benefícios de práticas como a Agroecologia e Agrofloresta teriam no local (ODS 2, Fome Zero e Agricultura Sustentável), muito frequentado por bandos de pássaros, aves e passarinhos além de alguns insetos (ODS 15, Vida Terrestre).

O solo da plantação, sem cobertura nenhuma, não apresentou espécimes distintas da cultura do amendoim, indicando o uso intenso de práticas venenosas de manejo ambiental, possivelmente contaminando as águas do represamento, uma prática contrária ao ODS 12, Consumo e Produção Responsáveis.

Dado que aparentemente o local é pertencente a uma empresa privada, destacamos as necessidades de maior atenção à paisagem e sustentabilidade de um reservatório que será muito importante em futuras estiagens, invocando o ODS 9, Indústria, Inovação e Infraestrutura e conectando exemplos como projetos de organizações parceiras, como a Transition Brasil que trabalha ativamente no ODS 11, Cidades e Comunidades Sustentáveis.

Ao fundo é possível observar outro corpo hídrico, com uma aparência, ao menos estética, mais natural. Não compreendemos os motivos dos reservatórios não serem conectados, como é comum ao fluxo das águas. Talvez sejam de proprietários diferentes que não conversam entre si, o que nos remete ao ODS 17, Parcerias e Meios de Implementação.

Lembramos de uma provocação do Jornalista Inclusivo em questões quanto à integração da Pessoa com Deficiência em relação ao Meio Ambiente em que vive e o que poderia, talvez, significar uma paisagem se fôssemos privados da visão, relembrando elementos sensíveis aos ODS 3, Saúde e Bem-estar.

Conversamos também sobre nossas atividades pessoais, os esforços de integração entre comunidades e os impactos na alteração da realidade que, ultimamente, tem sido insustentável, lembrando de iniciativas globais como a Harmony with Nature UN e Extinction Rebellion que podem ser pensadas como ações positivas no ODS 13, Ação contra a mudança global do clima.

Foi um dia feliz ??